Flower by Kenzo

sábado, 9 de junho de 2007

Biscoito da Sorte

sexta-feira, 8 de junho de 2007





Créditos: Mario Gusmão

O Rio (Fragmento)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

A metade do poema sobressalta-me sempre um grande desamparo,
tudo me abandona, não há nada a meu lado,
nem sequer esses olhos que por detrás contemplam o que escrevo,
não há atrás nem adiante, a pena se rebela, não há começo nem
fim, tampouco muro que saltar,
é uma esplanada deserta o poema, o dito não está dito, o não dito
é indizível,
torres, terraços devastados, babil8nias, um mar de sal negro, um
reino cego,
Não,
deter-me, calar, fechar os olhos até que brote de minhas pálpebras
uma espiga, um repuxo de sóis,
e o alfabeto ondule longamente sob o vento do sonho e a maré suba
em onda e a onda rompa o dique,
esperar até que o papel se cubra de astros e seja o poema um
bosque de palavras enlaçadas,
Não, não tenho nada a dizer; ninguém tem nada a dizer, nada nem
ninguém exceto o sangue,
nada senão este ir e vir do sangue, este escrever sobre o já escrito
e repetir a mesma palavra na metade do poema,
sílabas de tempo, letras rotas, gotas de tinta, sangue que vai e vem
e não diz nada e me leva consigo.

- Octavio Paz (Trad. Haroldo de Campos)

O dia em que o vento deixou sua semente no mar...

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Não. Mas ele queria.
Não. Mas ela desejava.
E na luta entre o querer e o desejar, fez-se o sim.
E o vento virou neblina e confundiu a visão de todos.
E o mar moveu-se rápído invadindo tudo, tomando conta dos espaços.
E o vento soprava forte, fazia os cabelos dela dançar.
E o mar lhe afogava o corpo.
E o vento deixou a pele dela arrepiada.
E o mar deixou a pele dele arrepiada.
Levantou-se uma ventania.
Onda gigante.
Tufão.
Maremoto.
Furacão.
Tsunami.
Trovão e relâmpagos a enfeitar o céu.
Luz cintilante a enfeitar o fundo do mar.
O vento revolto fazia-a dançar.
O mar embalado, dançava ao ritmo do vento.
Explosão no fundo do mar.
E aconteceu o impensável...
O vento levou uma semente ao mar.
E o mar acolheu a semente em seu ventre.
Morna.
Aconchegante.
Fecunda.
E o vento descansou tal qual brisa leve em dia fresco.
E o mar acalmou-se como lago em dia claro.
Suave vento a refrescar a pele suada.
Orvalho em manhã de sol.
Sim. Mas ele não podia.
Sim. Mas ela não devia.
E foi assim o dia que o vento deixou sua semente no mar...

My confession

terça-feira, 5 de junho de 2007

O Tigre e o Dragão

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Na mitologia chinesa, a expressão Tigre Agachado, Dragão Escondido (tirado do título original do filme O Tigre e o Dragão) representa alguém que esconde sua verdadeira força dos outros. Ao longo das duas horas do mais recente e espetacular trabalho do diretor Ang Lee (nascido em Taiwan e o mesmo de Razão e Sensibilidadee Tempestade de Gelo), você irá descobrir o significado deste enigma. Pode-se dizer que seu queixo vai rolar no chão. Tanto que a produção conseguiu nada menos que dez indicações para o Oscar deste ano, inclusive melhor filme, roteiro e direção. Nada mal para uma fábula toda falada em mandarim (um dos dialetos chineses).

Antes de mais nada, deixe de lado o seu senso de realidade. Não adianta ficar esperando uma história pé no chão, o que, aliás, é o que menos se vê. O Tigre e o Dragão é uma história de amor, só que recheada com incríveis cenas de luta. Isso significa vôos impossíveis, piruetas no ar e golpes surpreendentes. Tudo para contar essa fábula que gira em torno de um roubo de uma lendária espada.

Shu Lien (Michelle Yeoh) e o famoso guerreiro Li Mu Bai (Chow Yun-Fat) tentam encontrar a misteriosa figura que levou a espada que Bai entregou a um nobre aristocrata, simbolizando que sua vida de luta havia chegado ao fim. As suspeitas recaem sobre a veterana criminosa Jade Fox (Cheng Pei-Pei), a mesma que, no passado, assassinou o mestre de Bai. Neste meio tempo, Shu faz amizade com Jen Yu (Ziyi Zhang), filha do governador de Pequim, uma jovem cheia de segredos.

Surpreendente é pouco para descrever O Tigre e o Dragão, mesmo para aqueles que já estão cansados de ver filmes do gênero. Se você entrar no clima, impossível não se divertir. Caso contrário, é melhor nem arriscar: não há nada pior que ficar gritando palavras como "marmelada!" e "...que mentira!" durante a exibição. Evite o papelão.

Ricardo Matsumoto (in web)

Vento, Água, Pedra

A água perfura a pedra,
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.

O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.

O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.

Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.

- Octavio Paz

A Perda

domingo, 3 de junho de 2007

No templo há uma poesia chamada "A Perda", entalhada na pedra.
Ela consiste de 3 palavras que foram rasuradas pelo poeta.
Não se pode ler "A Perda".
Só senti-la.

Beleza extraordinária

sábado, 2 de junho de 2007

♫ Uma beleza extraordinária do norte.
A coisa mais bonita existente no mundo.
Em seu primeiro olhar, a cidade se curvaria ante seus joelhos.
Em seu segundo olhar, o império cairia em ruínas.
Que possa ser mais estimada que a sua beleza. ♫

Wu Jing de ai or endless love by Jacky Chan


flash videos